Há uns meses li numa revista que a actriz Paula Neves também não conseguia engravidar. Podem achar chocante mas assumo que senti conforto... não por a Paula não conseguir ter filhos mas porque me senti menos sozinha.
Mais recentemente li que a actriz Paula Neves, certamente depois de lhe perguntarem pela milhenta vez sobre os tratamentos de fertilidade, terá dito:
"entrou-se num processo em que os procedimentos não são naturais, são violentos, invasivos. Custa-me muito impor coisas à vida, porque não sei o que me pode calhar. Entrar num processo em que é preciso bastante resistência, para aguentar muitas coisas, para no final ter dois ou três filhos, acaba por ser um filme de terror na minha cabeça. Estava a sentir que a parte íntima do meu casamento estava a ser invadida e eu não quero isso, não quero assim tanto ser mãe. Aquilo não me faz sentido".
Entendi bem aquelas palavras.
Continuo à espera da consulta de infertilidade no Hospital de Sta Maria, pelo
que ainda não cheguei à fase dos tratamentos que a Paula se deve estar a
referir. Porém, desde o momento que quisemos ir ao médico para perceber qual
era o nosso problema que digo que não quero ir ao ponto da fertilização in
vitro.
Talvez porque já ouvi alguns
relatos do que envolve essa técnica de fertilização, que é só a última hipótese de engravidar. É pouco natural, tem muito médico envolvido, técnicos, seringas, desconforto, horas
marcadas... e amor... pouco, muito pouco porque chega uma altura em que se está tão envolvido naquilo que não há tempo para amar.
Nós também já
tivemos de fazer alguns exames que abalaram a nossa intimidade e
nem quero imaginar o que uma técnica tão invasiva poderia fazer.
Sim, é verdade que tudo o que eu
mais quero nesta vida é ser mãe mas só porque já tenho tudo o que sempre
desejei toda a minha vida... encontrar o homem com quem quero passar o resto
dos meus dias.
Já me pus a pensar se trocaria a
concretização do meu sonho de ser mãe pelo meu relacionamento. A resposta foi
imediata... Nunca!! Nem pensar!!!
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