30 de novembro de 2014

Adivinha quem chegou?

O que até já era esperado mas que há sempre esperança que não venha.

Eu chamo-lhe mesmo período, o meu marido prefere chamar-lhe "o Benfica". O que no caso dele, um benfiquista ferrenho, até é um bocado estranho, já que ele detesta este "Benfica" em particular.

Este mês já ia no 28º dia do ciclo, o que tendo em conta que os meus ciclos normais são de 25 dias, já me estava a deixar um bocadinho de pulga atrás da orelha. Mas hoje, pouco antes do almoço lá começou a muínha, a muínha que dói mais que as dores menstruais. Aquela que aperta o coração, que destroí um bocadnho de mim, que me tira mais um bocadinho de vida e alegria.

Até àquela muínha tudo parecia possível, mesmo que este mês as tentativas tivessem sido quase nulas, mas há sempre uma luzinha, um calorzinho de esperança cá dentro que me faz acreditar que talvez... Depois da muínha vem a realidade dura, as conversas comigo mesma: "Claro que não!! Era impossível. Estavam cá os sinais todos da vinda do período. Parva!!". E nessas conversas surgem tantas vezes o "porquê Deus!?", "Vá lá quero tanto ter um bebé, porquê eu?!" e os auto maus tratos "És seca, uma ameixa seca" acompanhado de apertos e murros aos meus ovários...

Um sofrimento do mais triste e doloroso que há. Mas depois, aquela esperança é substituída por aquela luz quentinha cá dentro, aquela que me diz baixinho :"logo, quando saíres do trabalho vais-te enroscar nele e pedir miminho e vai ser tão bom"... e é tão bom sentir o amor a passar da pele dele para a minha, quando ele me abraça, um amor silencioso que grita alto: "Eu sei, não fiques triste. Também queria muito ser pai dum filho teu. Estou a sofrer tanto como tu..." 

E naqueles minutos sinto-me a pessoa mais sortuda e completa do mundo inteiro... mas depois os minutos passam e apesar de continuar lá aquele amor, tão grandioso e único, começa um novo mês... uma nova batalha.

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